Sindifisc-MT chama a atenção para os direitos das mulheres

No dia 08 de março, o mundo comemora o dia internacional das mulheres, a data nasceu após manifestações por melhores condições de trabalho no século XX e ficou mundialmente conhecida pelas reivindicações de direitos. A construção da data, remete à uma sucessão de acontecimentos ligados à luta pelos direitos das mulheres.

 

Sempre que se aproxima o dia da mulher, há uma grande movimentação do comércio, empresas e iniciativas públicas ou privadas para promover alguma ação para comemorar a data. Algumas decidem dar uma rosa para todas as funcionárias, outras dão um batom, algumas até promovem um dia da beleza, com direito a maquiagem, massagem e tudo mais. Há também aquelas empresas que organizam rodas de conversas, palestras e outros tipos de discussão a respeito dos desafios impostos pela sociedade para as mulheres.

 

Porém, o que raramente se contempla são as inúmeras possibilidades do que é ser mulher no mundo.   E o Sindicato dos Empregados dos Conselhos e Ordens de Fiscalização do Exercício Profissional do Estado de Mato Grosso (Sindifisc-MT) provoca essa discussão. Quais possibilidades, oportunidades nossos governos e até mesmo a sociedade estão proporcionando para o público feminino. Existe um papel a ser seguido pelas mulheres?

 

O Sindifisc-MT que é liderado por uma mulher, a presidente Rosângela Vieira, chamou a atenção para os diversos paradigmas criados pela sociedade sobre os papéis impostos que as mulheres deveriam desempenhar, cujo objetivo é a definição sobre “qual é o lugar das mulheres”. Alguns exemplos são os de ter filhos, casar e cuidar da casa. 

 

Segundo Rosângela, ainda nos dias de hoje, escutamos que é esse o papel da mulher na sociedade. O objetivo com essa matéria é demonstrar que o desejo das mulheres e também os papéis que elas podem desempenhar, vão muito além dos afazeres domésticos, mas, se caso coincidentemente seja isso, ela tem o direito de escolher.

 

“Algumas mulheres querem ser donas de casa enquanto outras sonham em construir uma carreira, outras desejam ser mãe enquanto umas querem ter dois gatos, desejam ser policiais ou até mesmo a diretora/proprietária de uma empresa, e etc. Os desejos são diversos e vão muito além do “papel da mulher”, a verdade sobre cada uma também são diferentes, mas, todas elas merecem ter seus desejos e sonhos realizados e respeitados”, disse Rosângela.

 

Para a psicóloga Rhegysmere Myrian Rondon  Alves, diretora do Sindifisc-MT, o dia 8 de março é uma data muito importante. “A data sinaliza para mim as lutas que nós mulheres temos traçado. A mulher no mercado de trabalho, a importância da igualdade em disputar um cargo de liderança no seu espaço, e aí eu falo em relação ao gênero feminino e masculino”, pontuou.

 

Rhegysmere reforça os direitos iguais, condições de cargos e salários. “E essa data remete ao momento propício para reivindicar. Ao invés de comemorar, vejo como um espaço para discutir oportunidades para as mulheres, na política, órgão públicos e privados e entre outros. Falo também sobre a mulher na constituição familiar, falo de todos os papéis que a mulher pode escolher para estar. É tempo da liberdade, da autonomia que ela tem sobre o seu corpo, sobre sua vida, sobre a forma como ela quer se expressar. Não podemos silenciar a mulher, seja em qual espaço ela estiver. Não podemos silenciar a sua voz”, disse.

 

Para Marilene Teodora, uma das lideranças do Sindifisc-MT, a mulher está quebrando aqueles" paradigmas" que lugar da mulher é na cozinha e no tanque. “Hoje a mulher é independente, cada dia conseguindo seu espaço, porém, não é muito valorizada, mas ainda chegamos lá. Sou mãe, esposa, vó, dona de casa, trabalhadora. Enfim, represento algumas mulheres batalhadoras e guerreiras. Sou ser humano, canso, choro e sofro. Mas a minha voz não vai se calar vou lutar sempre, enquanto mulher e profissional, para mais oportunidades para nós mulheres”, disse Marilene.

 

História - O Dia Internacional da Mulher foi oficialmente criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1977. No entanto, o dia 8 de março já era utilizado por movimentos femininos como uma data para celebrar a luta pelos direitos das mulheres desde o início do século 20. Vários eventos influenciaram a criação da data, mas dois entre eles são lembrados como determinantes para sua oficialização.

 

O primeiro - o incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York, em 1911 - foi uma tragédia que levou às capas dos jornais as terríveis condições de trabalho a que as mulheres eram submetidas.

 

O segundo - um marco da História Contemporânea, a marcha das mulheres russas por pão e paz em 1917 - iniciou uma revolução de efeitos globais que reverberam até hoje.